sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Estamos as duas e os cães

Estamos as duas e os cães, mais a vontade que tenho em ver desaparecer os demónios que a perseguem.
Terramotos, vendavais _________chuva,
- Mãe, será que ela quer comer, a Piupiu?
- Não te dou mais, não comes...!
E sentada a jeito, segura no colo, agora mais pequeno, a taça com o pão partido aos pedaços, que escolhe, enquanto semicerra os olhos e lentamente cruza as pernas.
Mastiga, e com os dedos em pinça apanha dois bocados que coloca nas mãos estáticas, e fica.
Mastiga, devagar.
Lentamente, leva um dos dos pedaços à boca e, a seguir o outro
Carrega outro bocado que parte em dois e deixa-se estar.
Olhos semicerrados, expectantes.
Olhar vazio.
Mais dois. E outro que se divide em dois a aguardar vez.
Difícil este transe.
A côdea que as gengivas demoram a desfazer.
Dá-se à tosse e a um sorriso.
Agora é o canto do pão, o único bocado que resta.
Silenciosamente, acabamos a torrada e subimos.
Já não escrevo.

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