terça-feira, 30 de março de 2010

Martin Ramirez

Nasce no México em 1895; com 30 anos de pois de ter perdido a fazenda, durante a revolta dos Cristeros, deixa a mulher e os quatro filhos e emigra para os Estados Unidos, onde trabalha nos caminhos de ferro e noutros trabalhos esporádicos que vai desenrascando.
A Grande Depressão e a revolta dos Cristeros no México arrasaram-no.
Sem emprego, sem se conseguir fazer entender, vagueia pelas ruas, entra em depressão e rapidamente é internado. Primeiro como maníaco-depressivo e depois a amiga esquizofrenia.
Este senhor subiu todos os patamares.
Acaba por passar a vida numa instituição psiquiátrica, agarrado primeiro a pedaços de revistas, jornais, papéis de rebuçados, que colava com uma mistura de saliva , pão e batata, para depois desenhar, colar e colorir.
Na sua condição de tuberculoso, tinha de esconder os papéis debaixo do colchão para que as enfermeiras não os deitassem fora, não fossem contaminadas...
Foi mais tarde um médico, Tarmo Pasto, que se interessou pelos seus trabalhos e começou a fornecer-lhe os papéis e as cores, a coleccionar os desenhos e a promove-los. (o César Monteiro de Martin Ramirez).
Uma permanência de comboios, casas, túneis, virgens, cavalos e cavaleiros, cuidadosamente bordados a preto ou a cores deliciosamente enquadrados.
Curioso, não me parecem ser imagens de esquizofrenico.
Até há um barco, e não me apercebo que haja tormenta neste mar.
Este senhor é um artista.

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